terça-feira, 1 de novembro de 2016

Me encontrar em você


(Ps 1 Se você quis ver o que dizia sobre você, tem o direito de ver uma parte II)
(Ps 2 Se por aqui não há nada para ser lido ultimamente é porque não há mais necessidade de falar de você, apenas de nós, e tudo que escrevo você é o primeiro a ler ^^)


       Eu ouvi num episódio de uma série uma vez que há pessoas que estão conectadas, como se houvesse uma linha invisível entre elas, assim, mesmo que estejam cada uma em uma ponta do planeta, em um determinado momento elas vão se encontrar, não importa como.
      Nós tivemos nosso passado, a nossa chance de estar um na vida do outro, mas algo aconteceu, não sei o que, mas foi forte o suficiente para que nossa linha se tornasse mais longa e nos distanciou, me obrigando apagar da memória a música que dizia ser só você e eu, hoje até o fim, pois o fim havia chegado, mais rápido do que imaginei.
     No entanto, mesmo com tudo ao meu redor - até mesmo você - me provando o contrário, algo dentro de mim me dizia que estava tudo errado, que existia uma conexão entre nós e que a nossa história ainda era nossa. Mesmo sem saber, estava sendo levada pela canção que diz: te amo com a certeza de que você pode ir, te amo com a certeza de que irá voltar pra gente ser feliz (..) viva todo o seu mundo, sinta toda a liberdade, e quando a hora chegar, volta... Mas você não voltou - ainda!. Até que um dia comecei a sentir a nossa linha se romper sem dor e escrevi que estava te perdendo dentro de mim, mas não podia saber que estava enganada, não podia notar a nossa linha invisível nos mantendo firmes um para o outro em cada olhar que você me lançava me dizendo algo que eu nunca soube decifrar e talvez nem você soubesse e hoje nem se lembre.
      E então um dia o invisível tomou forma, de um sorrido vivo numa tarde de domingo, de um olhar doce e sem jeito em minha direção e da mesma voz que um dia cantou pra mim ser só você e eu hoje até o fim. Não sei até onde nossa linha vai nos levar, mas ela nos entrelaça e me permite morar no teu abraço. Se até algum tempo atrás eu te perdia dentro de mim, hoje eu me encontro em você todos os dias.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Aviso ao possível - e esperado - silêncio.


da série Minhas Palavras

É que eu posso ser eu mesma em tantas faces e fases que não me suporto, e te pergunto: você suportaria? Você ficaria mesmo depois dos meus dramas cotidianos te mostrarem que o melhor a fazer é partir? Pode entender isso como um aviso se quiser, não tem como eu saber quando vai acontecer, mas sei que vai acontecer. Vou deixar transparecer um lado meu que não tenho orgulho e nem sempre será por sua culpa, então não tente concordar comigo, pois se eu acreditar não tem como parar. Se a culpa for mesmo sua, então faça o que tiver que fazer, e desconsidere o aviso.

Há muito tempo tenho consciência de que não possuo o controle sobre tudo e essa verdade inclui minhas próprias confusões e incertezas, a novidade é que recentemente minhas reações me fazem pensar que não mais me reconheço quando sobressai um eu antes sequestrado por uma razão sem certeza de ter razão. Não foge, é libertado. Eu tenho as chaves em minhas mãos e não sei o que fazer com tal poder.

É assim que tem sido. Não nas vinte e quatro horas do meu dia, mas há dias em que o barulho e o tempo são minha fuga. Não gosto de dias assim, e ao menos o não gostar me faz um pouco mais normal, acredito. Então se ainda estiver aqui quando o barulho passar – sim, sempre passa – eu saberei que é você. Se ainda permanecer, me confortarei ao sentir que é você o silencio que fica.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Eu, você, e o relato de um sonho


da série Minhas Palavras

♫ "E pelo visto, vou te inserir na minha paisagem
E você vai me ensinar as suas verdades
E se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio"

(Dois, Tiê)

Como as cenas das músicas que não me canso de ouvir. Cores, melodia, flores, você. Sorri e eu eternizo o momento, como tantos outros, e me divirto com sua implicância por não gostar de ser fotografado. Olhamos o visor da máquina antiga e decido que essa ficará no porta-retrato da cabeceira, pois quero você com seu sorriso raro sempre ali, pertinho de mim ao acordar e ao adormecer. Mas seu sorriso raro me provoca, aparece e some sem que eu possa capturá-lo uma segunda vez. Insisto em também provocá-lo e enquanto você fala, desvia o olhar e disfarça, te admiro com a lente do meu sentimento que só a ti pertence. O que você dizia mesmo? Até você se perde nas palavras e muda o jogo. Penso que venço, porém sou vencia. Seu abraço me toma e estamos os dois na mira da lente e você deixa claro ser apenas para que a brincadeira acabe. Eu aceito, como - quase - tudo que você me pede. Distancia-se por um instante e me olha seriamente. Sinto-me afundar. Abaixo a cabeça sem pensar e você me beija no rosto. Levanto o olhar e te percebo mais leve, sorrindo como quem faz isso o tempo todo, e então me chama para um abraço diferente daquele último. Tudo o mais fica esquecido - fotografia, sons, paisagens - e me reencontro ao te encontrar sentindo seu coração, morando em nossas batidas.
sexta-feira, 15 de maio de 2015

Poema do amigo aprendiz - Fernando Pessoa



Quero ser o teu amigo

Nem demais e nem de menos
Nem tão longe,
nem tão perto.

Na medida mais precisa que eu puder

Mas amar-te, sem medida
E ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade

Sem jamais te sufocar
Sem forçar tua vontade
Sem falar quando for hora de calar,
E sem calar,
quando for hora de falar.

Nem ausente,

nem presente por demais
Simplesmente,
calmamente,
SER-TE PAZ...

É bonito ser amigo.

Mas confesso,
é tão difícil aprender!

É por isso que te suplico paciência

Vou encher este rosto de lembranças.

Dá-me tempo de acertar nossas distâncias!

terça-feira, 12 de maio de 2015

Alguém como eu


da série Minhas Palavras

Já fostes,
Num passado não tão distante
Inatingível ao meu querer.
Um ser admirável como quadro
Bem cuidado no museu
E proibido ao toque.
Agora,
Sua voz com confiança te faz mais perto,
Não sei se posso, mas tento.
E és real como sou
Quando estás onde estou.
Sentimentos e atos por tantos
Te faz ainda mais belo,
Assim, de perto.
E assim de perto me aproximo
E sinto: "És possível?"

terça-feira, 5 de maio de 2015

Tarde de sábado, gotas de chuva


Há mais de um ano sem escrever aqui, me bateu saudade. Em off as palavras continuam sendo rabiscadas numa folha de papel qualquer... 

da série Minhas Palavras

Cada gota de chuva que cai
Penetra cantos e recantos do meu ser
Percebem, suavizam, acalmam
Encontram meus hiatos escondidos
E ao me reapresentá-los
Os convertem em pinceladas restauradas de um velho quadro
A tela antes recolhida do público
Entende que seu papel é um mistério
Matéria prima para sonhos e sorrisos
E algumas lágrimas entre um e outro
A mesma tela antes recolhida
Recolhe seu refúgio como abrigo necessário
Porém, finito.
Redescobrindo traços,
Pincelando outros, novos
Até que a paisagem em recomposição
Se mostra voluntariamente
E a exposição não é mais opção
E tudo bem, verdadeiramente bem.
Pois bem, se gotas de chuva
Não são particulares a essa única tarde de sábado
Me basta bendizer a cada chance de me redescobrir
Redesenhar,
Renascer!
segunda-feira, 3 de março de 2014

Sempre você


da série Minhas Palavras

Fico acordado noites inteiras. 
Os dias parecem não ter mais fim ♪

'Já não consigo não pensar em você..." Quando estou na estrada, tão longe de casa, e o dia já passou levando as preocupações, as conversas e novos amigos vão ficando pra trás, você e só você vem sorrir pra mim. Vem me ensinar novamente o que é suspirar. Sua voz me contando suas piadas sem graça ou tentando cantar Legião Urbana. Seu jeito lindo de ser amigo de todo mundo e de me ganhar aos poucos. Seu riso de menino e suas lágrimas ao se emocionar com pequenas coisas. Será que depois de anos finalmente descobri o motivo de ser a única a sempre te chamar pelo nome? Será loucura pensar que as pessoas nem sempre te viam como realmente é? Ou simplesmente como eu te vejo... Você que está sempre presente, com cartas que te envio sem nada explicar. Você que sempre será dono das minhas melhores palavras, em poucas frases ou num livro quase interminável sempre haverá o que te dizer, nas entrelinhas desse sentimento maluco. O que antes parecia tão leve e sem importância, uma brincadeira sem sentido do meu coração, agora me faz cantar sem querer e repetidamente: "Por que não eu? Ah! Ah! Por que não eu?" E nessa noite tão cheia de sonhos, os seus detalhes tão simples tomam conta do meu ser. Sabendo feliz que nesse instante posso te ligar e te falar como foi meu dia e você irá me contar suas novidades e me fazer encantar ainda mais, como sempre. Pois 'sempre' é a palavra que predomina por aqui, e entre nós. Ainda que distante você sempre terá o seu espaço dentro de mim. Então fico bem como a canção: 'Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder. Deixo assim ficar, subentendido'.  ♥





quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Explorando a escola nova


*Hey galerinha! Bem, hoje foi dia de sair da minha cidadezinha no interior de SP com destino ao Norte do Paraná só pra fazer matrícula na faculdade. Pois então agora é oficial: universitária! Já me alertaram de que essa minha animação não será mais a mesma quando começar a tal rotina de estudos e provas que não acabam mais, mas pra que acabar com minha felicidade antes do tempo né?! Ah, as matrículas dos calouros são feitas todas em um único centro acadêmico, mas a universidade possui outros dois centros e precisei ir no prédio do centro onde farei o meu curso apenas para pedir um comprovante de matrícula. Só depois fiquei sabendo que começa a funcionar a partir das 13:00 hs. Mas eu, curiosa que sou, fui entrando (pois estava aberto e tinha sim uma funcionária em algum lugar por lá rs), e como não conheço nada lá, entrei em algumas salas e até subi umas escadas, mas não fui muito longe não, pra não tirar a graça do primeiro dia. Mas o que deixa o acontecimento engraçado é que na hora me senti no filme Eu e meu guarda chuva, em que Frida, Eugênio e Cebola, crianças que estão prestes a iniciar a 7ª série, tem a ideia de explorar a escola nova na noite anterior ao primeiro dia de aula. Ainda bem que não estava escuro como no filme, pois sairia correndo assim que visse um quadro como o do Barão Von Staffen :P. E pensando bem, até que o prédio da faculdade tem uma certa semelhança com o colégio do filme, aquele ar de museu antigo que eu gosto tanto (só não é tão velho como a nova escola do trio abaixo!)


Cena do filme Eu e Meu Guarda - Chuva

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

1 de 365 (clichê, eu sei)


*Hey!!! E o ano começou tão bem... Macarronada com ar de domingo, seguida de bolo com sorvete! Alguns esboços de possíveis projetos vem visitar minha mente nesse dia, me animam para um futuro próximo cheio de trabalho bom e surpresas. Tarde quieta e chuvosa (Ah! Como gosto dessa chuvinha que me acalma!!!) Acompanhada de Tribalistas, Engenheiros do Hawaii e Kid Abelha, inicio minha mais nova leitura com Chão de Vento, conhecendo as poesias de Flora Figueiredo e me apaixonando por suas palavras. Álvaro Alves de Faria no prefácio do livro diz: "É quase um retrato poético dela mesma. Na primeira pessoa, ela se coloca dentro do poema, faz parte dele e se revela." Nem preciso dizer que amei essa frase e irei citá-la muito ainda. Já me encantei logo ao me deparar com os versos de Momento Mole de Uma Tarde de Abril: "Às vezes Deus acerta tanto/que a gente nem sabe como agradecer." E quem ousa discordar dessa verdade?! Ainda mais estando eu numa fase tão leve, tendo tanto a agradecer a Deus! Vou agora voltar a apreciar a Flora brincar com as palavras, enquanto também aproveito minhas férias que logo terão uma pausa (dramática? :P). Ainda não caiu a ficha: 2014 = Faculdade (Pedagogia) Uhuul !!!

(Imagem retirada de Poetizando)

Oração da manhã - Flora Figueiredo

Bom dia, Pai. 
Vamos tomar juntos o café da manhã? 
Temos pendentes tantos assuntos! 
(O pão está fresquinho, 
o café bem quente). 
Ainda que só um minutinho, 
nós precisamos conversar: 
o mundo desandou de tal jeito, 
que nada mais parece ter efeito. 
Nem ciência, nem teoria, 
nem fórmula, nem maestria 
conseguem colaborar. 
Cada qual briga pelo seu bocado 
sem nenhuma decência, sem qualquer restrição. 
Perdeu-se nas cinzas o espírito cristão. 
Por isso, a minha idéia 
(por favor, passe a geléia) 
de recorrer a uma ajuda; 
sem você, a situação não muda. 
A ambição vem engolindo a Terra; 
a sociedade, cada vez mais dissoluta. 
E fique atento, 
pois andam procurando uma fé substituta. 
Os governantes estão cegos; 
que tal devolver-lhes a visão? 
Carregam pregos nas mãos, 
crucificam o povo. 
Não quero que Você morra de novo! 
Meus Jesus, multiplique o pão. 
Perdoe esse bate-papo, 
(à sua frente tem um guardanapo) 
é que estou aflita! 
Que bom receber Sua visita logo de manhã 
Devo Lhe contar um segredo: 
quero sair de casa, mas tenho medo, 
preciso segurar a Sua mão. 
Ainda falta agradecer tanta graça! 
O girassol que nasce na calçada, 
o rosa-amarelo da alvorada, 
o pedaço de céu que pinga na vidraça, 
na gota de orvalho que cai. 
Daqui pra frente, eu sigo meu caminho 
e Lhe entrego todo meu afeto. 
Você é mesmo meu amigo predileto! 
Bom dia, Pai.

PS. Ao termino da leitura das linhas acima, simplesmente sorri =)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz 2014!!!




*Hey galerinha!!! Poucas horas para 2013 ser deixado pra traz. Da janela do meu quarto já posso ver os fogos iluminando essa noite linda. Realmente anseio muito pela chegada desse novo ano, onde mudanças são certas em minha vida, graças as realizações e desafios conquistados durante o ano que termina hoje. Em 2013 a felicidade foi mais que presente, e entre outras coisas, reafirmei e reencontrei amizades, ri demais, brinquei muito e ainda fui em busca de sonhos... enfim, são tantos os momentos para guardar na caixinha das boas recordações! Como sempre, esqueço a tal listinha de promessas de ano Ano Novo, fico apenas com as palavras do poeta:

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.